OS LIMITES DE HOLLY FIELD

Aquele lugar passava a sensação, nas palavras de Stacey Miller, como "assistir tinta secar". Já era infeliz o suficiente ela ter nascido nesse lugar. Tudo parecia obsoleto. Tedioso, ela diria. Para ela, viver ali era uma tortura. Ela estava cansada desse lugar. Holly Field era um lugar bonito. Era o típico visual de uma cidade com uma mistura de floresta e construções residenciais. Todas as casas pareciam iguais. Aconchegantes e comuns com suas cercas de madeiras e portões. Algumas com gramados bem-cuidados e jardins. Todas elas tinham a mesma aparência. A cidade era simples. Era o único lugar que ela conhecia. Infelizmente. Sendo o tipo de pessoa que ela era, cuja personalidade era do tipo isolada e auto-centrada, tudo que ela queria era saber mais sobre o mundo lá fora, fora de sua cidade. Onde mais ela poderia ir? Por que ela iria? Ela ao menos poderia ir? É claro que não. Ela era uma adolescente de dezesseis anos anos, que vivia com seus pais ligeiramente atípicos. Uma adolescente de dezesseis anos com cabelos castanhos curtos e olhos escuros, sem irmãos, que apenas vivia como se tudo que pudesse acontecer, já havia acontecido. De peso mediano, altura mediana e sem se importar muito com isso, Stacey mantinha um tempo decente para si mesma. Com sua pele morena e atitude taciturna e despreocupada, uma casa solitária longe de vizinhos e um guarda-roupa do tipo "não ligo", Stacey mal tinha qualquer amigo próximo. Ela tinha amigos, mas nada além disso. Sempre tranquila, calma e reservada, Stacey tinha uma sensação sombria a respeito do lugar onde ela vivia. Ela não odiava. Ela só não sabia...